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sábado, 12 de fevereiro de 2011

Gnoll - Lacaios das Trevas





Para aqueles que não conhecem, gnolls são criaturas humanóides semelhantes a hienas. Os gnolls são monstros de baixa inteligência e comportamento tribal, com sociedades regidas pelo membro mais forte. Que tal melhorar esta descrição mixuruca, contida nos livros dos monstros?

Como no post anterior, antes de começar a turbinar a descrição do monstro é legal pegar uma referência para se trabalhar na ideia. No caso, que exemplo seria mais apropriado que a hiena.



SOCIEDADE MATRIARCAL

Ao contrário do que se pensa, os gnolls não mandam em nada na sua sociedade. Os gnolls organizam-se em castas sociais comandadas pelas fêmeas. Elas são mais corpulentas (tendo pelo menos 1dv a mais que os machos) e agressivas (+1 extra nas jogadas de ataque e dano) que os machos, se impondo através da força física e brutalidade, não tendo piedade de matar qualquer macho que ouse desafiá-las. As fêmeas mais poderosas ocupam a casta superior, deixando as mais fracas nas castas inferiores. Cada casta de fêmea tem uma quantidade de machos associados, que tem o direito-dever de copular com elas.

As fêmeas de castas superiores, em geral, delegam os cuidados dos filhotes para amas-de-leite da casta imediatamente inferior. Deste modo, elas produzem um vínculo vertical entre as castas e ficam com tempo livre! As matriarcas também podem escolher crias das castas inferiores para serem levadas, ainda filhotes, a casta delas ou jogar uma cria de má-qualidade para castas mais baixas. Uma vez pertencente a uma casta, a fêmea permanece nela até morrer.

Para os machos gnolls, a ascensão social é possível. Os gnolls podem transitar entre as castas de fêmeas dependendo do status que adquiram. Guerreiros mais poderosos ficam nas castas mais altas, enquanto os mais fracos nas castas baixas. Um gnoll pode nascer numa casta inferior e à medida que se torna poderoso, ascender para primeira casta. Contudo, gnolls velhos, fracos e mutilados, irremediavelmente acabam parando na última casta. Muitos machos velhos e orgulhosos preferem morrer antes em combate do que ver seus dias de glória serem obliterados pelo tempo.



ORIGENS E PARENTESCOS

Gnolls não são os únicos aparentados com as hienas. Os flinds, são uma subespécie de gnoll mais baixa, atarracada e esperta, porém mais rara. Os flinds se vangloriam por construir uma sociedade menos hostil e sexista que a dos gnoll, devido a um sistema de ascensão social masculina baseado em combates não-letais e de demonstração de perícia com sua famosa armas ritual: a flindbar (uma espécie de nunchaku).

As duas raças vivem no mesmo habitat, mas não costumam ter atritos entre si. Os gnolls consideram os flinds uma subespécie pequena, mas poderosa. Os gnolls não acreditam que os pouco numerosoa flinds sejam uma ameaça ao poder e por isso costumam deixar que eles tenham trânsito livre nas suas regiões. Os Flinds consideram os gnolls uma raça mais antiga que a deles, por isso mais abundantes, assim eles preferem tirar proveito da tolerância dos primos maiores do que fazer frente a eles.

Os sábios Flinds acreditam que gnolls e flinds descendem de um ancestral hiena em comum, que com o tempo se modificou dando origem a duas raças de hienas humanóides. Eles supõem que os gnolls – bárbaros e primitivos- são o elo entre o hienodon e o flind, a evolução da espécie.

Os gnoll se consideram os primogênitos do deus-demônio criador da raça, sendo os flinds, seus irmãos caçulas. Por isso, os gnolls são maiores e os flinds são menores. A explicação dos gnolls é muito mais aceita pelos xamãs do que a explicação flind, que carece de provas.

Independente da verdade, tanto flinds quantos gnolls aceitam o papel que cada um exerce no mundo e se ajudam devido às trocas que suas tribos realizam. Poucas raças conseguem lidar tão bem com relações comerciais e de disputa territorial quanto os gnolls.



BICHINHOS DE ESTIMAÇÃO

Os gnolls são seres que aprenderam rápido a domesticar outros animais. Eles usam hienas como: animais de estimação, de guarda, de caça e de guerra. Com as hienas os gnolls conseguem ter um nível razoável de comunicação, qualquer filhote gnoll já consegue dar comandos básicos a uma hiena: pare, ande, lata, pegue e triture. Algumas hienas conseguem ter melhor tratamento que muitos gnolls machos de casta inferior.

Outro tipo de animal, menos comum, mas que também foi domesticado é o hienodon. Esta montaria similar a uma hiena, só que muito maior, pesando cerca de 500kg e medindo 3m, é usada somente em batalhas. Hienodons são muito raros e dispendiosos, sendo reservados para gnolls machos poderosos ou fêmeas de castas elevadas. Um hienodon é muito pacífico quando usado por um gnoll, mas mortalmente perigoso para qualquer outra raça.

BANQUETE E CANIBALISMO

Por serem carnívoros ( e também insetívoros), gnolls usam os herbívoros apenas como fonte de alimento. Eles praticam uma pecuária extensiva primitiva, “pastoreando” rebanhos de grandes mamíferos (bisões, gnus, etc), protegendo estes de demais predadores. Como não domesticaram de fato esses animais, nenhum deles não é achado vivo em assentamentos gnoll, apenas alguns sinais escassos de artesanato com ossos, chifres e couro.

Os gnolls têm um excelente sistema digestivo, aproveitando toda carne, couro e ossos dos animais como fonte de alimento. Mesmo os animais doentes e em putrefação são aproveitados integralmente.

Gnoll também comem criaturas inteligentes. Os inimigos derrotados são submetidos a um festim ritualístico que envolve toda a tribo. Os mortos são servidos aos machos, sendo os melhores pedaços para o grupo que os trouxe e o restante para os demais. Os capturados são levados para as fêmeas que os comem vivos. Neste ritual, as fêmeas se ornam de amuletos e intitulam-se Devoradoras de Almas. Daqueles comidos por elas nem um resto haverá para ser ressuscitado. O ritual reforça a unidade dos gnolls e os elos que possuem com as divindades do submundo.



ARMAS, GERMES E DENTES

Um gnoll, devido a sua condição na sociedade, precisa vencer batalhas para provar o seu valor. Por isso, eles se organizam em bandos para vencer desafios maiores e compartilharem as glórias. Para isto, eles promovem ataques contra oponentes desafiadores(como humanos e wemics), ou caçam animais e monstros poderosos (mesmo leões e Lammasu). Levar reféns concede status, pois esses serão sacrificados pelas fêmeas. Eles recebem presentes como bestas, escudos e machados quando mudam de casta, as armas funcionam com insígnias que identificam a posição na sociedade.

Enquanto os machos organizam-se em bandos de caça, em busca de status tribal, usando a emboscada e armadilhas para vencer inimigos, as fêmeas são guerreiras. Elas monopolizam a produção dos armamentos e da manufatura da raça, fazendo disto um passatempo enquanto cuidam dos filhotes. As fêmeas funcionam com um exército defensor dos territórios da tribo, enquanto os machos só como caçadores e batedores. Como os machos são mais vistos que as fêmeas, muitos bestiários creditam a eles a liderança da raça, um erro comum.

Elas promovem guerras entre as tribos gnolls com intuito de sobrepujar grupos rivais e estabelecer sua liderança hereditária. As gnolls, quando descobrem que outra tribo está ficando fraca e pacífica demais, organizam uma tropa para matar as fêmeas da outra tribo. Os machos da tribo derrotada são escravizados e incorporados à tribo vencedora.



Para os seres de outras raças, invadir uma aldeia gnoll é suicídio. Os gnolls são muito bem adaptados ao seu modo carniceiro de vida e seus lares costumam ser depósitos infectos de parasitas e germes, que se espalham pelo ar. Destruir um acampamento gnoll antigo, mesmo com o uso do fogo é uma sentença de morte tanto para o vencido quanto para o vencedor. Há enormes chances de algum tipo de doença rara se esconder nos esgotos a céu aberto e nos objetos pessoais das aldeias gnoll. Muitos generais viram seu vitorioso exército perecer pelo caminho de volta para casa, vítimas de doenças terríveis, que poderiam acabar com as cidades natais deles se elas tivessem chegado até lá. Por ironia, os germes gnolls são tão mortais que seus surtos são extremamente curtos. Só aventureiros são preparados suficientes para sobreviver após passarem por um covil populoso destas criaturas. Os gnolls se consideram abençoados por mais esta dádiva divina, que lhes garante proteção contra invasores.

As matriarcas gnolls acreditam que quando todas as tribos estiverem unificadas, a grande matriarca formará um exército invencível que devorará o mundo. Sem que isto aconteça, elas acreditam que não vale a pena tentar conquistar outros povos.

“Se você nem comeu a carne, por que quer roer os ossos?” – diz o adágio gnoll.

RELIGIOSIDADE E REENCARNAÇÃO

Os atos da sociedade gnoll estão permeados de misticismo. A importância das fêmeas como líderes se dá por que os machos se sentem agradecidos por não terem sido mortos pelas mães (coisa que acontece com os imperfeitos). Os gnolls acreditam que as fêmeas são as guardiãs da vida e da morte e merecem temor e reverência.

Os gnoll enxergam muito bem no escuro aliás, muitas de suas empreitadas são realizadas durante a noite. Eles consideram a lua sagrada e uma divindade protetora e feminina. Os gnolls não têm medo da morte, pois acreditam que um bom guerreiro terá bom lugar no reino dos mortos, mas nem por isso são suicidas, pois um guerreiro que morre logo não é digno de Prêmio.

Os gnolls sabem que nem todos podem atingir os reinos espirituais quando morrem, ficando por aqui um até merecerem. Eles acham que os gnolls podem voltar como uma hiena, hienodon ou flind e que este trânsito pode ser infinito. Por isso respeitam seus parentes e primos.



CONEXÕES COM OUTRA RAÇAS

Além dos flinds, os gnolls também são muito estimados pelos trolls. Os trolls gostam de contar seu trolloló para os gnolls que sempre caem na gargalhada. O senso de humor sádicos dos trolls encontra a plateia ideal nos gnolls, que adoram as anedotas e pilhérias cheias de humor negro.

Os trolls sentem-se tão bem-vindos na sociedade gnoll, que chegam a acreditar que na verdade os gnolls foram feitos do cruzamento de uma gnomo e de um troll, sendo a aparência de hiena apenas um acaso estético (Os gnolls adoram ouvir esta lenda troll, principalmente a parte em que o troll encontra a gnomazinha na moita e manda ver). Os trolls são imunes às doenças gnolls e podem até ser encontrados vivendo, em mordomia, nos covis dos deles.

Com as outras raças a história é diferente. As gnolls são muito pouco tolerantes ao convívio amistosos. Preferem destruir qualquer ameaça que se achegue no domínio delas. Os machos são mais cooperativos, como precisam de status para ascender socialmente, são visto compondo as forças de várias criaturas diferentes, desde humanos ate dragões. Os gnolls não sentem respeito, nem lealdade (talvez medo) dos seus senhores, pois o único desejo que sentem é voltar gloriosos para sua tribo e coopular com uma fêmea de casta superior.

agradecimentos com maravilhoso material descrito pelo Blog de origem:
http://pensotopia.com.br/2010/08/05/monstros-malignosplaneta-dos-gnolls/



Matérial estudado e adaptado por J. Paulo S. Kuri
Agradecimento especial ao site deviantART pelas maravilhosa ilustrações.

Um comentário:

  1. Excelente trabalho, esta foi a pesquisa mais completa que já vi sobre uma raça de criatura para sistemas de RPG.

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